quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Como tomar coragem para reformar ou construir?


Tenho lido em fóruns e blogs, posts e comentários de pessoas, contando suas experiências, aventuras e desventuras em pequenas obras civis e reformas.
Independentemente da obra ter ou não terminado bem, não faltam histórias que beiram do engraçado ao trágico.
Na minha visão, existem fatores óbvios que fazem a obra dar errado. Por outro lado, existem fatores que contribuem para dar certo.
Estou falando de reformas de porte pequeno, partindo do pressuposto que, em grandes obras, executadas por construtoras ou empreiteiras, com supervisão de profissionais, esses fatores que vou enumerar, são inadmissíveis.
Vamos exemplificar uma obra de pequeno porte : Um apartamento foi comprado e o proprietário quer fazer reformas e alterações no imóvel para deixá-lo em bom estado de uso, mais atual, espaçoso ou bonito.
O primeiro fator, que considero o mais grave, é a falta de planejamento e projeto gráfico, detalhado. Por mais simples que seja a etapa. Seja de uma bancada para encaixar uma pia de louça. Tem que ter projeto.
Não adianta começar as coisas por impulso, desordenadamente, atropelando etapas, sem seguir um...cronograma. Sim, cronograma é importante.
Deve-se entender, que uma reforma, por menor que seja, é uma obra. E, definitivamente, não existe obra sem projeto.
Quando lí os comentários nos blogs, eu não li sequer uma vêz, essas palavras mágicas: Planejamento, projeto e cronograma.
Li relatos de que o material de acabamento , como piso, argamassa de assentamento e rejunte, foram comprados antes da retirada de entulho e bota fora, e que ficaram pra lá e pra cá, correndo o risco de quebra e deterioração.
Também li sobre pedreiros que iniciam a obra e logo estão dominando a situação, porque o cliente não consegue acompanhar a metodologia da obra (na verdade, ela não existe), e começam a criar "aditivos" que não podem ser questionados, que não foram préviamente previstos e agora não dá para voltar atrás. Que colocam a pintura sob seu escopo, com a anuência do proprietário, e depois enviam um "primo" totalmente desqualificado para efetuar o serviço, recebendo 1/10 do que o pedreiro recebeu do proprietário. Aí tá feita a lambança....
E o mais grave, é que depois de tudo isso, o serviço não fica bom, e você tem que conviver com o erro eternamente. Você disfarça a parede torta com um móvel... Finge que não vê o recorte remontado da pintura na vértice entre a parede e o forro de gesso. O rejunte do piso do WC ficou encardido, mas depois de 3 mêses, ninguém vai ligar mais... A fita crepe que foi colocada pelo pintor ficou lá colada no armário embutido, durante 2 anos...curioso... Ninguém viu. A parede ficou com umidade...Ué. Uma panela debaixo do sifão, toda vêz que se lava louça, pois está vazando. Cruel.
Como evitar estes transtornos?
CONTRATE UM ARQUITETO.
Sim. Ele lhe dará uma idéia de custo da obra bem aproximado da realidade. Conversará com você e estará habilitado a absorver suas expectativas e traduzi-las para um projeto gráfico.
Fará uma planilha e, a partir dela, você poderá fazer orçamentos precisos com prestadores de serviço, pois ela levará os preços praticados no mercado, baseados em um índice prático.
Fará um projeto executivo, com medidas padrão ou personalizadas para você, determinando alturas, larguras, projeções, circulação, altura e localização correta de pontos de água fria, quente, de esgoto, paginação de pisos, locação de tomadas, pontos de telefone e internet, de TV, e seus respectivos caminhos dentro das paredes, sem interferir em fixação de louças, boxes, bancadas, marcenarias etc. Criará volumes, obedeçendo padrões ergonômicos (relação de medidas entre humanos e objetos), padrões de iluminação (luminotécnica), de ventilação mínima e higiene da habitação. Não deixará que o interruptor do ponto de luz do corredor fique atrás da porta, ou que a porta do lavabo raspe no vaso quando abrir, e que cada vêz que a pessoa for pegar o papel higiênico, dê um mal jeito nas costas.
Especificará sub cobertura no seu telhado, cuidará de escolher a telha certa para o ângulo do telhado, cuidará de impermeabilizar o respaldo do seu telhado, bem como terá atenção com os rufos e aguas furtadas, coletores, calhas, condutores, usando conceitos básicos de hidrodinâmica.
Lembrará de impermeabilizar o seu Wc, caso houver interferência em boxes, como troca de piso, demolição de banheiras e execução de boxes com duchas, e com isso evitará que o seu vizinho de baixo, depois da obra prontinha, reclame de vazamento na laje, e você tenha que quebrar tudo para impermeabilizar.
Escolherá a melhor empresa de raspagem de piso, que se responsabilize pela limpeza grossa da etapa, fiscalizará se a calafetação ficou boa, antes de aplicação da resina.
Orientará o pedreiro a colocar reforços de ferragem na união de alvenarias, como fechamento de vão de uma porta, evitando que venham a rachar, pois terão coeficiente de dilatação diferentes. Fará o possível para respeitar a cura minima da argamassa de reboco, antes de aplicar a massa corrida, para que a tinta não condene tudo depois.
São detalhes que só quem se coloca no lugar do proprietário, até por ter um estilo de vida similar, expectativas similares, pode dar valor. Esse é o caso do arquiteto, que quer poder voltar no local da obra, com orgulho de ver o seu projeto, executado com a sua supervisão, satisfatório e, levando alegria para que o contratou.






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